Doenças da noite (Controlados)

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As doenças de noite designam, em um nome só, um tipo de moléstia que enfraquece a vítima progressivamente, levando, em última instância, os doentes à morte. Possui diferente velocidade de atuação dependendo da intensidade da infecção e da pessoa infectada, sendo sua imunidade prévia fator importante de resistência. Fazem parte decisiva da história de Heelum ao dar oportunidade para as organizações mágicas ganharem tamanho, relevância e, mais tarde, poder - e tanto por seu papel como malignidade foram tidas como mistérios de Heelum.

Características

As doenças são transmitidas, de acordo com a tradição reconhecida por estudiosos de Ia-u-jambu, através do vento frio, e mais proeminentemente à noite (daí o nome). Plantas na região tendem a ser prejudicadas, assim como alguns minérios tendem a perder força (como os de luz) ou tornarem-se inutilizáveis. Há, no tempo atual da narrativa, uma cura simples e efetiva para as Doenças da Noite: O minério hexagonal roxo e verde-escuro opaco (também conhecido como talismã). Na época da primeira epidemia, contudo, o grande desastre foi a falta de tal remédio - e a ausência de qualquer outro minimamente efetivo - de forma que a população viu-se completamente vulnerável.

História

A primeira epidemia, episódio que marca a Quinta Aurora, deixou a todos amedrontados e desesperados. Trancando-se em casa, muitos evitavam trabalhar ou entrar em muito contato com outros. O estilo de vida das cidades foi, nesse sentido, extremamente afetado. A tristeza e o silêncio opressor eram constantes. A nível prático, as plantas morriam não apenas por causa das Doenças mas por causa da falta de cuidados adequados por muito tempo. A criação de estoques públicos de alimentação, revertendo a lógica do sistema de posse individual, foi uma medida benéfica mas que tampouco resolvia o problema. As pessoas se recusavam a comparecer as conclamações públicas para reuniões políticas emergenciais. No entanto, as pequenas associações de magos (a magia ainda era incipiente e em geral não muito bem recebida) permaneciam, e eles continuavam se encontrando. Foram magos de Dun-u-dengo que primeiro viram a necessidade de tomar medidas para além da mera adaptação às doenças - no ritmo em que estavam, as medidas não eram uma adaptação, e sim um adiamento da morte. Decidiram, assim, influenciar magicamente as pessoas a voltarem à rotina normal. Isso causou, é claro, muitas mortes e ainda maior proliferação das doenças - mas manteve a sociedade funcional por muito mais tempo. A Aurora da União foi a fase histórica conhecida por juntar estudiosos de Ia-u-jambu e magos pela primeira e última vez: os pesquisadores, ao encontrarem o minério que traria a cura, precisavam de uma rede de distribuição organizada o bastante para fazê-lo consolidar por toda Heelum. Os magos se propuseram a fazê-lo mas, a partir das vantagens injustas e benefícios próprios que extraíram do acesso ao minério, Ia-u-jambu cortou relações com eles, gerando uma divisão ideológica duradoura.

Simbologia

As doenças da noite não visam representar muito mais do que a relativa aleatoriedade das doenças que surgem periodicamente para assolar porções da humanidade desde sempre. No entanto, talvez haja um elemento importante a notar na forma como os magos ascenderam a partir delas. Se podemos ver, por um lado, ecos da ideia exposta por Naomi Klein em "A Doutrina do Choque" (a de que cada vez mais capitalistas, a partir da teoria neoliberal da economia, utilizam-se do desastre como forma de impor leis e negócios que os favoreçam em uma determinada localidade), pode-se também argumentar que esse desastre não foi provocado. Ainda assim, pode-se pensar na ideia das "enclosures" inglesas; os projetos de capitalistas da época (ou, pelo menos, os desenvolvidos da nossa) justificam-nas como um processo com justificativas nobres, mas no fundo serviram como acumulação primitiva de capital essencial para o desenvolvimento de forças econômicas e políticas desproporcionalmente grandes.