Na-u-min (Controlados)

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A língua na-u-min foi a língua da humanidade durante a Primeira Aurora, mantendo grande influência no continente como um todo até o Concílio da Modernidade, no final da Segunda Aurora.

— Prima-u-na naufa ne! — Exclamou Robin, com as mãos erguidas. — Prima-u-na naufa ne!  - A Aliança dos Castelos Ocultos, capítulo 27 (ler no site de leitura)

História

A língua na-u-min foi a primeira a ser falada e escrita, sendo desenvolvida pelos humanos em conjunto com a Rede de Luz e mantendo-se em uso durante toda a Primeira Aurora. Argumenta-se que a língua não era muito complexa, posto que sequer era muito utilizada: as comunicações mais elaboradas e longas aconteciam, numa base diária e em caráter ordinário, através da Rede de Luz. Para os estudiosos de Ia-u-jambu, isso teve como resultado a formação de uma língua mais ambígua (posto que pouco preocupada com precisão). Seu uso enquanto expressão pessoal, no entanto, tornou-se evidente com as inscrições nos Arcos Brancos. A Primeira Guerra, que causou a expansão humana pelo continente e a criação de todas as outras cidades, não dissolveu o uso da língua à medida que os grupos continuavam ligados uns aos outros pela Rede de Luz. Esse "papel" coube, portanto, ao desaparecimento da Rede no início da Segunda Aurora, o que foi causando primeiro uma complexificação (tornando-a mais rica para a expressão artística e, ao mesmo tempo, mais precisa) e depois uma lenta, porém contínua, divisão linguística ao longo das gerações. A diferenciação foi contra-atacada a partir da Reunião da Modernidade, no fim da Segunda Aurora, que marcou a relação permanente e reintegradora entre as cidades com uma unificação linguística que viria a criar uma mistura das novidades introduzidas nos anos de isolamento, enterrando definitivamente (a partir da contínua repressão) o uso do na-u-min e seus dialetos desenvolvidos ao longo do tempo. Os únicos povos que continuaram falando na-u-min foram os al-u-bu-u-na. No tempo dos acontecimentos da série, o na-u-min é estudado a partir de documentos históricos e das inscrições nos Arcos Brancos, particularmente por pesquisadores de Ia-u-jambu. Quem lida com os al-u-bu-u-na também precisa, evidentemente, conhecer e língua e a versão específica, ainda que relativamente pouco modificada, daquele povo.

Estrutura da língua

As palavras são formadas pela sobreposição de conceitos simples independentes, ou a adição de sufixos e prefixos predeterminados. Adjetivo e substantivo geralmente unem-se em uma palavra. A ligação ocorre com a colocação, entre os dois termos, de um "u" semi-vogal. Em na-u-min escrito, o "u" é separado das outras palavras por hífens. Há poucas marcas especiais que diferenciem, tecnicamente, algumas palavras de outras enquanto classes gramaticais. Em termos de numerais, os números cardinais geralmente terminam em “o”, enquanto que os ordinais mantêm o radical, mas terminam em “e”. Sufixos comuns incluem "or", usado para indicar transformação; "arna", que indica comparação (e também o superlativo se o artigo definido, "ata", for utilizado). O sufixo "go", por sua vez, transforma em substantivo uma qualidade.

Alfabeto

O alfabeto na-u-min é composto pelas seguintes letras:

A B D E F G H I J K L M N O P R S T U V Y Z

  • O "a" é sempre pronunciado de forma aberta, nunca anasalado.
  • O "e" é sempre pronunciado de forma fechada, nunca com o "é" do português.
  • O "h" é pronunciado como o r de “Roma”.
  • O "l", quando não ligado a vogais, nunca pode ser um u semi-vogal (especialmente porque isso poderia mudar completamente o sentido de uma frase, já que o u semi-vogal está fortemente atrelado à adjetivação).
  • O "o" pode ser tanto aberto quanto fechado.
  • O "r" é pronunciado sempre como o r de “aberto”.
  • O "s" nunca é pronunciado com som de z.
  • O "y" e o "z" nunca foram muito usados, sendo variações do i e do s - o y, em especial, servindo como um i semi-vogal, sobrevivendo na língua moderna devido à relevância do termo Yutsi.

Musicalidade

Por ser uma língua simplista os falantes o fazem com uma voz monotonal, com pouca variação, exceto em termos de rara ênfase. O ritmo neutro e pausado contrasta com a postura do falante, que costuma ser mais solene e altiva, vestígio do tempo em que a fala era mais incomum (tendo em vista a existência da rede de luz). As palavras não possuem uma lógica explícita e rígida quanto à tonicidade, parte da falta geral de regulação que contribuiu para uma grande variedade quando da complexificação da língua.

Gramática

O na-u-min é uma língua do tipo "OVS", ou seja, a ordem sintática das palavras numa frase é “objeto - verbo - sujeito”. Em comparação com o português, é como se ao invés de "Pedro come macarrão" teríamos "macarrão come Pedro" (embora com o mesmo sentido, a frase deveria ser transformada, se estivesse efetivamente em Português, para algo como "macarrão é comido por Pedro"). Nenhuma palavra varia, seja em grau ou em número, e não ocorre nenhuma flexão. Qualquer verbo pode ser também um pronome, pois se refere, enquanto sujeito, à pessoa que executa o verbo — ou, quando não há nenhuma, refere-se simplesmente ao ato. Por exemplo, em português podemos dizer "matar é feio", e em na-u-min teríamos "lato naufa nauimior". Ou seja, o verbo nauimior (destruir o ser, e portanto, matar) é o próprio sujeito da frase. Ao mesmo tempo, a frase pode, dado o contexto apropriado, referir-se também ao assassino, à pessoa que mata. No contexto da adjetivação, qualquer palavra pode fazer o papel de adjetivo, sem variação ou flexão. Ou seja, "torn" é fogo, mas "torn-u-een" é a cidade do fogo. Mesmo que "torn" não seja um adjetivo, é adjetivado, transformando-se, portanto, em um adjetivo referente à cidade, "een". É dessa forma também que se formam os pronomes possessivos: ocorre a adjetivação do pronome pessoal ou do nome da pessoa. "Naue", por exemplo, é a primeira pessoa singular, mas "naue-u-humo" é a minha vida — neste caso, o naue adjetivado transformou-se em minha, meu. As preposições são, em na-u-min, posposições — ou seja, ocorrem depois do objeto da frase. As comparações são feitas seguindo a ordem usual OVS. Ou seja, se "algo é mais adjetivo que outra coisa", então a frase fica "outra coisa, adjetivo comparativo, verbo ser, algo". Como exemplo, "Dun-u-dengo denarna naufa Torn-u-een" significa que Torn-u-een (a cidade) é mais brilhante que Dun-u-dengo (a cidade).

Tempos verbais

Os tempos verbais são construídos através dos elementos de sentido. Eles são palavras que podem ser inseridas em qualquer posição numa frase, e alteram seu significado; o presente não necessitando de nenhum elemento de sentido. Para o passado concreto (que denota que algo certamente aconteceu), por exemplo, usa-se o elemento de sentido "uasaba". Nesse caso, "eu criei música" poderia ser "Novo uasaba nauor naue", "Uasaba novo nauor naue", "Novo nauor uasaba naue" ou ainda "Novo nauor naue uasaba".

Simbologia

Uma língua diz muito sobre um povo; seu estilo de vida, uma certa "faixa" de temperamento classificado como normal ou vários espectros "normais" classificados de acordo com critérios sociais (usando a noção de "temperamento" de Margaret Mead em sua famosa obra Sexo e Temperamento), seus preconceitos, suas disposições, sua organização - em suma, toda uma forma de ver o mundo retroativamente alimentada pela própria linguagem. Por exemplo, não há um equivalente a “bom” ou “ruim” (ou “mau”) em na-u-min porque prefere-se dar aos elementos características que façam jus à diversidade de forma a imitar a própria experiência cognitiva do modo como ela poderia ser transmitida a partir da Rede de Luz. Com o tempo "yut" (que deu origem a Yut-u-si, e, eventualmente, Yutsi, ou seja, "coisa de dor") tornou-se "ruim", e bu, de "natureza", tornou-se bom. Sendo assim a língua na-u-min foi pensada como uma língua que, de forma muito incomum, não assumia um papel de destaque na comunicação humana. Assim adquiriu algumas de suas características. Em segundo lugar, outras características sociais foram forjando um certo "dicionário" que cresceu com o tempo, às vezes a partir de radicais simples necessários, outras vezes de inspirações diversas, e outras vezes ainda a partir da própria lógica da linguagem, com a junção de radicais. A diversificação e diferenciação da língua, fator conhecido da linguística, figura na história de Heelum embora o desenvolvimento de uma língua a partir do nada e sem interações com grupos sociais externos seja também um dado difícil de processar coerentemente.